sexta-feira, 6 de março de 2009

Sempre o mar



DESTINO

Os homens, como os rios,
correm para o mar.


QUEM?

Quem ouve o meu grito?
Tomo o cântaro de barro
e sacio a sede.


A RÃ

Um inseto na língua,
a rã coaxa no lago
contra o espelho das águas.


A MEMÓRIA

A memória das árvores
permanece além das cinzas.
Um pássaro canta.


A VELHA

Sonhei com a velha.
Vinha vestida de branco
e me amortalhava.


SOMBRA

Uma ave obstinada tecia
com uma agulha azul
o círculo de sombra do relógio.


O MAR

O mar era o início.
O mar é alguém, ninguém.
Eu estarei no fim?


(Saco da Ribeira, em Ubatuba, SP.
Foto e poemetos de JCBrandão.)

4 comentários:

nydia bonetti disse...

Sempre o mar. Sempre.
Lendo teus poemas me lembrei desta poesia que me impressionou tanto quando ainda era uma menina, que eu nunca pude esquecer:
"... água corrente, água corrente,
o teu destino,
é o destino da gente..."
Bom final de semana.
Nydia

BAR DO BARDO disse...

adorei os textos pequenos na forma e... (favor completar)

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDO AMIGO, ADOREI ESTA DOCE POESIA... UM BOM FIM DE SEMANA... UM GRANDE ABRAÇO,
FERNANDINHA

EDUARDO POISL disse...

Na margem do mundo
além dos meus olhos,
Belo,
Sei que o exílio será sempre
verdejante de esperança,
O rio,
Que não podemos atravessar
corre eternamente.
(Samuel Menashe)

Tenha um lindo final de semana cheio de amor e paz no coração
Abraços: Eduardo Poisl