O arame farpado
O pequeno elefante foge do cachorro enquanto um velho dá risada soltando
fogo pela boca. Estão sob um mar convulso onde um peixe enorme se debate.
Uma cruz se ergue no horizonte ao lado de uma torre e um poste
perpendicular. A torre se inclina como se fosse desabar. Pode-se ouvir uma
carroça puxada por um cavalo descontrolado.
O arame farpado dói no olhar. O poeta está impotente diante da paisagem lunar.
A palavra é o seu instrumento, mas todas as palavras estão pesadas como pedras.
Sai fumaça da terra sacrificada.
Uma ponte em chamas cruza a estrada. As imagens se oferecem e se negam. Os
homens cultivam o jardim com uma certa nostalgia.
Caminhões navegam na estrada com um barulho ensurdecedor. A viagem é a própria justificativa da viagem.
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