quinta-feira, 18 de abril de 2019

Tributo a Evaldo Rosa dos Santos





Foram oitenta tiros de fuzil.
O metal caiu com estrépito.
A fumaça se elevou no ar da tarde.
O sangue borbulhando com a flor no alto.
Uma flor de sangue nas costas.
Os ovos da morte borbulhando no sangue.
Ouve a música da flauta que se quebra.
Ouve o touro da morte, como muge.
Ouve o tigre da morte, como ruge.
Ouve o rinoceronte da morte, que estúpido.
Ouve a jaula da morte, nenhuma lucidez.
De tudo ficou apenas um buraco negro.
Nenhuma pomba branca voa mais.
O músico é um pássaro com a garganta cortada e canta.
O seu canto corta a pele do dia como o diamante. 




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