Magritte
Este país não é um
cachimbo
Virou o dia do avesso e chupou até o
pau.
Vestiu a noite física e saiu por aí.
Ou por lá.
A poesia é uma loucura. O real é chato
paca.
A pedra vira água. E se escoa pelos
dedos.
A cidade assombra. Como um
rinoceronte.
Fotografaram o buraco negro. Era
vermelho.
Perdi a goiaba, a manga e a
esperança.
E se o bicho da goiaba me comer ontem?
Chupei uma laranja e me engasguei.
Orra meu.
Olha o sorriso do filhote de
cruz-credo.
Estão mangando de mim, este é um país
triste.
Enche a vida até espumar. Bebe a
espuma e cospe.
Tinha a magia na fronte e nenhuma
poesia.
Atira e depois pergunta. Aliás, atira
e dá risada.
As palavras caíram no abismo
desesperadas.
A pátria tem a língua e os olhos
cheios de lágrimas.
Quem descasca uma cebola tem que
chorar.
Quem descasca um abacaxi também
descasca um pepino?
A água não volta atrás, vira lama e
corricho.
Aliás, corricho é um porco pequeno e
não vê o céu.
O último a sair não apague a luz no
fim do túnel.
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