sábado, 25 de agosto de 2018

FOME INSACIÁVEL






FOME INSACIÁVEL


A estrada não tem fim
como escrever sobre?
ninguém vai saciar a minha fome

as palavras caem entre as pedras do caminho
são como sementes
que não nascem

o sol queima as palavras como palha
é tempo de silêncio
e desolação

aves de rapina gritam no descampado
uma cruz delimita o meu campo estéril
todo campo é estéril

os relógios caem com as sombras
ocos
silva a dor

nada justifica a falência da linguagem
e tudo
nada tens para viver ou morrer





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