FOME INSACIÁVEL
A estrada não tem fim
como escrever sobre?
ninguém vai saciar a minha fome
as palavras caem entre as pedras
do caminho
são como sementes
que não nascem
o sol queima as palavras como
palha
é tempo de silêncio
e desolação
aves de rapina gritam no
descampado
uma cruz delimita o meu campo
estéril
todo campo é estéril
os relógios caem com as sombras
ocos
silva a dor
nada justifica a falência da
linguagem
e tudo
nada tens para viver ou morrer
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