O CANIVETE DE PODAR PARREIRA
O meu pai
tinha um canivete de podar parreira.
O cabo era
preto e a lâmina curva na ponta como uma foice.
A lâmina era
manchada de fumo: o canivete
tinha outros
usos além de podar parreira.
Eu era um
menino muito pequeno ainda
e ficava
fascinado com aquele canivete diferente.
Uma vez eu o
peguei escondido e saí
dando golpes
no ar a torto e direito.
Ainda tenho
uma cicatriz no dorso da mão esquerda
feita pela
ponta em forma de foice do meu canivete encantado.
Um pouco de
mim ficou nesse canivete perdido nos desvãos do tempo.
Trago comigo apenas
uma pequena cicatriz como lembrança.
José C. Brandão
Um comentário:
Os objetos encantados da nossa infância...Tão bom nossas memórias, a poesia que reconstitui magicamente as cenas.
Beijos,
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