sábado, 22 de maio de 2010

A lâmpada de argila



A lâmpada de argila

Chego ao lago sereno com suas flores e pássaros.
Deito-me ao sol dourado, sob o verde das árvores.
A brisa ergue no ar a poeira fina dos estames
E a terra fertiliza-se como num encantamento.

Tomo da palavra como uma chave mágica.
As estrelas cantam nas folhas ainda escuras.
O sino toca na montanha acordando o dia.
O meu tronco de árvore floresce e frutifica.

A lagarta carrega uma flor nas costas, torta de dor.
A aranha tece a sua teia, caça e devora a mosca.
O limo escorre entre as pedras do barranco.

Uma cortina de água flui na entrada da gruta.
A casa da poesia é a única morada de Deus.
A lâmpada de argila brilha ainda.

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6 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu amigo
Lindo como sempre seu poema...adorei.

Beijinhos
Sonhadora

nydia bonetti disse...

E como brilha...

Adriana Riess Karnal disse...

e poesia é toda essa descrição da natureza, fazer poema é beber dessa fonte.

Gerana Damulakis disse...

A palavra é a sua chave mágica.

Marcelo Novaes disse...

Brandão,





A casa da poesia é a [melhor] morada que conseguimos apresentar a Deus.



Há luz no barro.




Abraços.

dade amorim disse...

A unidade que você consegue na diversidade de um poema é a chave desse brilho.

Um beijo.