quarta-feira, 26 de maio de 2010

O tempo parou



O tempo parou

O tempo parou. Nada se move.
O vento grita como louco,
Mas tudo permanece no mesmo lugar.
As águas correm, mas são sempre as mesmas.

São os mesmos bezerros, as mesmas vacas,
O mesmo pasto verde, os coqueiros,
As paineiras, a cerca de arame farpado.
A terra não mudou neste lugar.

O sol nasce e morre no horizonte.
O galo canta com um anzol no bico.
Os pássaros e os peixes cantam.

As sementes morrem e nascem.
A figueira renasce, resiste.
O tempo não existe no paraíso.

_________

Este poema é do Vasqs. A ideia é dele, eu só escrevi.
Ele disse sentir-se lisonjeado e que me fez voltar à
metafísica – mas eu nunca saí, a metafísica está nas coisas
mais simples. É só extasiarmo-nos com a beleza – e estamos
fazendo metafísica.

_______________

12 comentários:

Anônimo disse...

Se houver paraíso, definitivamente não haverá tempo.

Beijo.

chica disse...

Maravilhoso e muito bem escrito!abração,lindo dia,chica

Mar Arável disse...

O tempo não existe no paraíso

mas sem memórias

não existem amanhãs

Belo texto amigo

Licínia Quitério disse...

Foi por isso que, dizem, o perdemos? Ou dele fugimos? É que sem tempo não há lugar nem para a poesia e isso será o inferno :)

Adriana Riess Karnal disse...

acho q a poesia e a metafísica tem tud a ver, o tempo para quando há poesia...

Edson Bueno de Camargo disse...

Sempre voltamos ao mesmo lugar.

Aos degraus do alpendre, ao olhar profundo, a grande faixa azul do horizonte.

No fundo no fundo, seremos sempre meninos correndo no pasto.

Elma Carneiro disse...

Boa reflexão. Por mais que as coisas mudem de lugar sempre permanecem no seu estado primitivo e com sua característica própria.
Beijoo

vieira calado disse...

Pensado e (ou) escrito

por quem quer que seja

ele é bem um retrato amargo

da realidade que nos envolve.

Forte abraço

Marcelo Novaes disse...

Brandão,




Parmênides e Heráclito nunca se opuseram.







Abração.

dade amorim disse...

Um paraíso contando os dias não é paraíso, é uma repetição do mesmo, metafísica inexistente.

Beijo.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Um poema muito bem escrito.

As sementes morrem e nascem.
A figueira renasce, resiste.
O tempo não existe no paraíso.

Muito verdade mesmo.

Beijinhos

Gerana Damulakis disse...

Colocando em dia a leitura. Paraíso isso aqui.