segunda-feira, 16 de março de 2009
Cacos
SER
Ser ou não ser?
No momento antes da aurora
tudo é sonho.
ALTAR
A rosa e o vinho sobre a mesa
como sobre um altar
esperam o poeta.
O PERFUME
Guardou na pele
o perfume daquela noite
como uma alma.
AS FOLHAS
As folhas giram no ar
e caem na água
entre as pedras e o silêncio.
O PIANO
As cordas caladas
do piano na noite.
A música em mim.
O HORTO
O horto em silêncio.
A lua entre as árvores
e o cheiro de alecrim.
DEGOLA
Degolo de um golpe
o poente e a aurora
e crio a beleza.
QUEM CASTROU
Quem castrou
o gorjeio do pintassilgo
no cipreste?
O VELHO
Sou um velho sem memória.
A minha casa caiu.
Cubro-me de cinza e morro.
A CHAVE
Como uma chave na porta,
pássaros, pedras e peixes
se inscrevem no meu desígnio.
XADREZ
Jogo xadrez
com as estrelas
no tabuleiro da noite.
COMPOSIÇÃO
Pedra a pedra o poema,
com a água, a argila
e as pétalas da rosa.
CACOS
Anterior ao paraíso,
somos os cacos do cântaro
ao sol e à chuva.
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7 comentários:
Segunda feira é dia de se ler poesia, e aqui estou com seus belos versos diante de meus olhos.
XADREZ
Jogo xadrez
com as estrelas
no tabuleiro da noite.
Adorei estes sobre o xadres, meus cumprimentos, desejando uma semana gloriosa com a lua luminosa,
Efigênia Coutinho
como sempre estes poemetos me fascinam!
obrigada.
abraço
uma composição com chave....
de água.
de argila. ao lado do tempo.
gostei.
(obrigada)
:)
imf.
Poeta eu? Não nem tanto...Poeta é você. Belo poema! Abraço
O poeta vive à beira de tudo... Junta o cacos e os tranforma em elaborados mosaicos e coloridos vitrais.
bjs.
Maravilhoso e completamente original o seu poema, amei.
Abraço
Isabel
Primoroso.
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