O tamanduá
O tamanduá à minha frente, lento,
como se não tivesse pressa alguma.
As fortes garras curvas dificultam-lhe
o andar. Pesado, foge como pode.
Formigas e cupins são sua comida,
caçados com a sua longa língua
em forma de funil, que fica dentro
do seu nariz comprido, fino e penso.
É belo com suas cores preto, branco
e avermelhado, nos seus vastos pelos.
Mas por que anda voltado para a terra?
Teme um assalto? Ignora a sua força?
É estranho o seu porte altivo e humilde.
Deus desprezou-o? Será algum castigo?
Algum suplício primordial? Por que
vaga ao léu esse pobre desdentado?
Imagem: foto do tamanduá-bandeira no zoológico aqui de Bauru, através da grades, que aparecem na foto como o se o tamanduá quisesse ultrapassá-las. É um animal do cerrado, em estado de extinção.
Eu o vi uma vez em liberdade, na serra da Canastra, um pouco à frente do carro, logo desaparecendo no mato ao lado da estrada.
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