quinta-feira, 9 de setembro de 2021

O tamanduá-bandeira

 

O tamanduá

 

 

O tamanduá à minha frente, lento,

como se não tivesse pressa alguma.

As fortes garras curvas dificultam-lhe

o andar. Pesado, foge como pode.

 

Formigas e cupins são sua comida,

caçados com a sua longa língua

em forma de funil, que fica dentro

do seu nariz comprido, fino e penso.

 

É belo com suas cores preto, branco

e avermelhado, nos seus vastos pelos.

Mas por que anda voltado para a terra?

Teme um assalto? Ignora a sua força?

 

É estranho o seu porte altivo e humilde.

Deus desprezou-o? Será algum castigo?

Algum suplício primordial? Por que

vaga ao léu esse pobre desdentado?

 

Imagem: foto do tamanduá-bandeira no zoológico aqui de Bauru, através da grades, que aparecem na foto como o se o tamanduá quisesse ultrapassá-las. É um animal do cerrado, em estado de extinção.  

Eu o vi uma vez em liberdade, na serra da Canastra, um pouco à frente do carro, logo desaparecendo no mato ao lado da estrada.

 

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