Paul Gauguin
Este país não é sério
Os lobos
uivavam entre os currais de pedra,
o touro erguia
a argola pesada nas ventas,
um menino
chorava os filhotes de raposa mortos,
a mulher
sentia um estranho perfume de deserto
na roupa
lavada secando ao sol e ao vento.
Este país não
é sério e a roda d’água gira.
Ninguém olha para
trás. A torre de Babel
balança mas
não cai. Ícaro toma sol na lama.
Eu paro e olho
o horizonte de boca aberta.
Quem me
devolverá a língua que eu perdi?
Quem me
devolverá o nome que eu perdi?
A minha pátria
é uma língua estranha e inútil
cantada por um
andarilho idiota no nevoeiro.
2 comentários:
Há muito já escuto que esse país não é sério, amigo Brandão! E não é mesmo, fazer o quê? Quisera eu contestar esse peso que carregamos, esse pacote cheio de laços e fitas por fora e por dentro pouco encontramos! Talvez se mudassem tudo lá naquele centrão que é capital, as coisas seriam diferentes...E olha que fazemos força!
Beijo, boa semana!
Obrigado pela atenção, Taís. Beijo e bom fim de semana.
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