PRELÚDIO
Cai
a noite de junho na sarjeta,
Cheira
a fritura, bacalhau, carniça.
Eu
me encolho na minha capa preta
E
desafio para a mesma liça
A
cruz e a rosa, o abismo das estrelas.
Corre
a vida encardida como um rio
Nevoento
aos meus pés, sob as janelas
De
ninguém, no universo vão, vazio.
O
vento chicoteia o corpo inútil,
Com
os círios do nada ele me invoca:
Queima
a chama o silêncio que me impus.
O
tempo que me resta a mais deglute-o
Uma
voraz lagarta na sua roca,
Mas
a rosa floresce sobre a cruz.
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