quinta-feira, 4 de abril de 2013

O DESPERTAR





O despertar


Branco. A inocência primeiro.
O despertar. O itinerário súbito.
E a germinação do sempre
e do nunca, do não em tua
mão sem lua em que se apoiar.

Momento atemporal: sal urze
de inconcebível marco alheio,
cego o veneno verde verdeja
o corpo branco negro: diamante?
estalactite brônzea: pó, só.

Rosa? Memória ardência:
o relógio tiquetaqueia
fulvos gemidos. Flor rosa?
Carne lambril: onde camaleões
faíscam, gotejam verdes cogumelos do tempo.




Um dos três primeiros poemas do meu primeiro livro, O Emparedado, 1975, escrito em Duartina, SP, em 1971, junto a Gleba e Postura. 





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