quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN



A SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN


Vejo o mar
quando me lembro de ti, Sophia,
e é um mar grego
e uma deusa se ergue das águas.

É o mesmo mar
batendo nos rochedos bravios,
as palavras como conchas,
como pérolas negras.

A água escorre das minhas mãos,
a tua água, Sophia.
Sou a luz e a pedra de Boticelli
no cais de onde nunca parto.

Eu sempre volto ao mar,
nunca me satisfaço.
Quando morrer ainda voltarei ao mar
à procura de mim.
                                 
                                    José Carlos Mendes Brandão





 

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