O tempo parou
O tempo parou. Nada se move.
O vento grita como louco,
Mas tudo permanece no mesmo lugar.
As águas correm, mas são sempre as mesmas.
São os mesmos bezerros, as mesmas vacas,
O mesmo pasto verde, os coqueiros,
As paineiras, a cerca de arame farpado.
A terra não mudou neste lugar.
O sol nasce e morre no horizonte.
O galo canta com um anzol no bico.
Os pássaros e os peixes cantam.
As sementes morrem e nascem.
A figueira renasce, resiste.
O tempo não existe no paraíso.
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Este poema é do Vasqs. A ideia é dele, eu só escrevi.
Ele disse sentir-se lisonjeado e que me fez voltar à
metafísica – mas eu nunca saí, a metafísica está nas coisas
mais simples. É só extasiarmo-nos com a beleza – e estamos
fazendo metafísica.
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12 comentários:
Se houver paraíso, definitivamente não haverá tempo.
Beijo.
Maravilhoso e muito bem escrito!abração,lindo dia,chica
O tempo não existe no paraíso
mas sem memórias
não existem amanhãs
Belo texto amigo
Foi por isso que, dizem, o perdemos? Ou dele fugimos? É que sem tempo não há lugar nem para a poesia e isso será o inferno :)
acho q a poesia e a metafísica tem tud a ver, o tempo para quando há poesia...
Sempre voltamos ao mesmo lugar.
Aos degraus do alpendre, ao olhar profundo, a grande faixa azul do horizonte.
No fundo no fundo, seremos sempre meninos correndo no pasto.
Boa reflexão. Por mais que as coisas mudem de lugar sempre permanecem no seu estado primitivo e com sua característica própria.
Beijoo
Pensado e (ou) escrito
por quem quer que seja
ele é bem um retrato amargo
da realidade que nos envolve.
Forte abraço
Brandão,
Parmênides e Heráclito nunca se opuseram.
Abração.
Um paraíso contando os dias não é paraíso, é uma repetição do mesmo, metafísica inexistente.
Beijo.
Um poema muito bem escrito.
As sementes morrem e nascem.
A figueira renasce, resiste.
O tempo não existe no paraíso.
Muito verdade mesmo.
Beijinhos
Colocando em dia a leitura. Paraíso isso aqui.
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