NinhoMeu lugar nasci.
A garupa da noite me levava a estrela
E um caju na boca.
O monjolo fazia longe o perto mim.
Grande fui cavalo à beira do mato.
Me escoro num tronco.
Espero naquilo, naquilo me sou.
Raiz sob a relva.
Sou galho pendente do azul escorrendo,
Os frutos não vinham,
As ervas subiam na boca, no casco.
Não soubesse a aurora.
Naquilo me sou.
Eu me essa raiz.
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13 comentários:
Uma relação intensa com a natureza que faz lembrar os poemas interseccionistas de Fernando Pessoa ortónimo.
L.B.
Poucas vezes tão poético... de beleza ímpar!!!
Como diria Heráclito, "tudo é um"
maravilha de galho poético!
JC, desta vez vc se superou e pôde nos passar algo muito além da poesia. Lindo, Lindo, lindo. Beijo.
Raiz forte, quantas coisas bonitas brotam aqui.
Beijos.
sou raiz ...sou caule...sou folhas ... sou frutos ... Assim com a natureza me invento!
Brandão,
Enraizado até a boca.
Abração.
Muito bom! Uma infinidade de imagens poéticas brotam no leitor!
Meu aplauso!
Cheguei aqui e li: "Meu lugar nasci." - claro que tive de ficar e continuar lendo, neste intervalo de tempo que me surgiu.
Saudades de te ler. E prazer de reler.
Um beijo, José Carlos
Esqueci-me de comentar pela conta pessoal e vim pela da escola. A minha Babel continua, claro.:)
Eu já não sei se sou galho, se sou tronco , se sou fruto... uma coisa eu sei: sou raíz!!
Maravilhei-me com esta natureza feita palavras....
Beijo
Graça
Totalmente enraizado: natureza, dela sua poesia brota realmente.
Perfeito!
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