A coleção de caracóisTenho uma coleção de caracóis
Que a minha gata me ofereceu.
Os caracóis nunca se exilam:
Caminham com a casa às costas.
Estão mais próximos da terra.
As águas deslizam sobre a pedra,
Na trilha viscosa dos caracóis.
O limo líquido brilha no barranco.
Deixam os caracóis a sua marca
Nas árvores, nas pedras e na terra.
As águas saltam como pássaros.
Salta um rio da minha língua
E chove tanto
Que os caracóis florescem.
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6 comentários:
gostei muito!
Um abraço!
bebê caramujo - de babador
faz da trilha de gosma
escorregador
:) adoro os caracóis, Brandão. bjo.
belas tuas metáforas e imagens poéticas.
abrs!
Muito lindo esse poema, Brandão... que leveza, que soltura, que imagens que falam ao sentido telúrico da vida. O final é maravilhoso:
...Salta um rio da minha língua
E chove tanto
Que os caracóis florescem.
Eu fiz há uns três anos um poema sobre o caracol, aproveito para te enviar. Grande abraço, Brandão.
O caracol já não é mais meu vizinho.
Que muro, que oceano, nos apartam?
Breve foi nosso encontro
mas eu precisava mesmo restaurar minha casa.
Incomodava-me essa lesma que de mim desterrei.
- Vai, meu amigo, segue as planuras do instinto.
Vai enterrar estes ovos
que um dia em meu limbo choquei.
(Fernando Campanella)
...
Gostei.
Meu abraço.
...
Senhores da própria casa, os caracóis são inquilinos dos territórios por onde passam estranhamente. Susseranos-vassalos em ostracismo semovente.
Abraço.
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