sexta-feira, 12 de março de 2010
Quietude
Quietude
A casa quieta, à beira do lago, acorda com os pássaros.
Há domingos tão belos que até os cachimbos florescem.
Os meus olhos e os figos maduros estouram ao sol.
A água fresca dos cântaros reluz à sombra sossegada.
O poeta escreve com estrelas, pedras e pássaros.
A montanha brilha no caminho do pinheiro além-horizonte.
O pássaro desenha o círculo perfeito no céu azul.
A pomba passeia na terra do canteiro de buganvílias.
Escrever é um testemunho da alegria.
A mulher ergue a mão para a macieira em chamas.
As árvores solícitas esperam a passagem do rio.
A figueira abre os braços e oferece a sombra acolhedora.
Nadam na água os peixes dourados e a imagem das árvores.
O melro canta, imóvel. O rio deflui, banha as folhagens do dia.
________________
Assinar:
Postar comentários (Atom)
9 comentários:
"Escrever é um testemunho da alegria". Você mesmo já disse tudo.
Seus poemas são pinturas, aquarelas, desenhos. Gosto muito.
"O poeta escreve com estrelas, pedras e pássaros." E leio com tanta alma e saboreio tanto que dá gosto. JC, esse mundo paralelo me encanta, traz calma, silêncio, paz. Beijo.
Atitude,
um alien em luz
não se ilude.
Atitude é tudo,
um alien em luz
não se ilude. Ludo.
Brandão,
"De quando as contemplações se transpõem em retratos falados".
Abraços.
Meu amigo
Adorei seu poema...muito profundo.
Beijinhos
Sonhadora
Gostei , em especial , deste poema. 'Escrever é um testemunho de alegria', que coisa mais linda, um achado. O poema todo canta, dança, tudo está no lugar e ainda se solta neste bailado das palavras. Grande abraço, meu amigo.
E a foto é maravilhosa também.
É maravilhoso este silêncio, esta casa e este poema!
Um abraço, obrigado pela gentileza da visita.
Ótima semana
Postar um comentário