sexta-feira, 12 de março de 2010

Quietude




Quietude

A casa quieta, à beira do lago, acorda com os pássaros.
Há domingos tão belos que até os cachimbos florescem.
Os meus olhos e os figos maduros estouram ao sol.
A água fresca dos cântaros reluz à sombra sossegada.

O poeta escreve com estrelas, pedras e pássaros.
A montanha brilha no caminho do pinheiro além-horizonte.
O pássaro desenha o círculo perfeito no céu azul.
A pomba passeia na terra do canteiro de buganvílias.

Escrever é um testemunho da alegria.
A mulher ergue a mão para a macieira em chamas.
As árvores solícitas esperam a passagem do rio.

A figueira abre os braços e oferece a sombra acolhedora.
Nadam na água os peixes dourados e a imagem das árvores.
O melro canta, imóvel. O rio deflui, banha as folhagens do dia.

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9 comentários:

Gerana Damulakis disse...

"Escrever é um testemunho da alegria". Você mesmo já disse tudo.
Seus poemas são pinturas, aquarelas, desenhos. Gosto muito.

Adriana Godoy disse...

"O poeta escreve com estrelas, pedras e pássaros." E leio com tanta alma e saboreio tanto que dá gosto. JC, esse mundo paralelo me encanta, traz calma, silêncio, paz. Beijo.

BAR DO BARDO disse...

Atitude,
um alien em luz
não se ilude.

BAR DO BARDO disse...

Atitude é tudo,
um alien em luz
não se ilude. Ludo.

Marcelo Novaes disse...

Brandão,




"De quando as contemplações se transpõem em retratos falados".






Abraços.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu amigo
Adorei seu poema...muito profundo.

Beijinhos
Sonhadora

Fernando Campanella disse...

Gostei , em especial , deste poema. 'Escrever é um testemunho de alegria', que coisa mais linda, um achado. O poema todo canta, dança, tudo está no lugar e ainda se solta neste bailado das palavras. Grande abraço, meu amigo.

Fernando Campanella disse...

E a foto é maravilhosa também.

Sonia Schmorantz disse...

É maravilhoso este silêncio, esta casa e este poema!
Um abraço, obrigado pela gentileza da visita.
Ótima semana