quarta-feira, 22 de julho de 2009
O jardim do fim do mundo
Os pássaros voaram com a explosão do sol,
As árvores dançaram com as raízes para o ar,
Os cavalos galoparam na praia agônica.
A minha mesa se abre como uma flor,
O meu espelho se parte como as estrelas no caos.
De repente me descubro no jardim do fim do mundo.
Nada mudou, mas o mundo não há mais.
Depois do horizonte não há um outro horizonte.
Estou à beira do poço,
Estou no deserto escuro de areia,
Estou só na montanha seca. Sou uma pedra.
Um beduíno chega morto de sede, atira a pedra
Dentro do poço e fica esperando o barulho na água,
Fica esperando. Eu nunca chego ao fundo.
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11 comentários:
Pedra que se move misteriosamente,fenômeno inexplicável.Pedras do Poço uma verdadeira curtição,me fez lembrar uma música.
Você é um prestidigitador a serviço da Dança de Shiva?
E a pedra viaja...
E eu fiquei louco.
Um abraço, José Carlos Lampião.
Jc, um poema quase apocalíptico que possibilita reflexões diversas. Gostei dessa sua pegada e das imagens possibilitadas pelo poema. beijo.
Uma beleza de poema, JC. Um misto da alma oriental com o espírito onírico de Dali. Uma pintura.
beijos
Os pássaros voaram com a explosão do sol,
As árvores dançaram com as raízes para o ar,
Os cavalos galoparam na praia agônica.
A minha mesa se abre como uma flor...
POESIA É O QUE LEIO AQUI, MEU DEUS, COMO VOCÊ ESCREVEU BONITO, ADOREI,
Efigenia Coutinho
Que belo soneto, José.
"Eu nunca chego ao fundo."... gostei.
Beijo
Então, viu, meu caríssimo amigo, olhares diversos sobre o poema. Ah, ainda bem que acertei quando mencionei um existencialismo, não sartriano. O poema é apocalíptico, sim, mas, vc não. Já vi renovação, e tantas, no que vc escreve. Grande abraço
Muito triste ter que visualizar o jardim do fim do mundo. mas fazer o quê. não é? Ele se desenha à nossa frente. Um sábio disse que a terceira guerra mundial será à energia nuclear. E a quarta, a pau e pedra. Parabéns pelo poema visionário... e real.
Belo poema! Lindo blog!
Parabéns pelo teu espaço!
Abraço.
Temos que nos acostumar com esse momento, único e triste, sozinho no fim de tudo.
Bjão.
Que inversão das coisas! E o poço devia estar virado, sem água mesmo...que tristeza danada guri...
um abraço
Marisete Zanon
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