terça-feira, 15 de julho de 2008

As águas do eterno















Eu estava abraçado à arvore da noite

Com seus frutos dependurados no abismo.


Eu tinha medo de dormir, dormir para sempre

Sob o brilho das estrelas cantando no caos.


A planície se estendia até o infinito

Além do que a vista enxergava, entre as trevas.


Uma figura humana caminhava em minha direção

Gesticulando, com os unhas erguidas para os céus,


Os dentes rubros das chamas saindo pela boca.

É a morte, eu pensava, e vem me levar nos ombros.


Para onde irei? O que é morrer? Acabar?

E eu ouvia o silêncio branco me respondendo


Do moinho da sombra, do barco do enigma:

O universo repousa nas águas do eterno.


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