terça-feira, 15 de julho de 2008

As lágrimas do morto
















As lágrimas do morto encheram toda a sala,

O pensamento se esvaía no ar da noite,


O coração percebeu que havia parado.

O sal da morte amolecera o barro.


O universo se apaga nos olhos do morto.

O universo seco, como a areia do deserto.


Por que choro? Por que memória?

Que imagem da vida quero levar?


Não fui outro. Fui eu o próprio espelho.

As coisas passam, as coisas foram. Eu fico.


A morte deságua na areia do esquecimento.

A morte seca, a lágrima seca, o sal seco.


A rede das estrelas balança sobre outro mar,

Pescando outros peixes – na noite do eterno.


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