quarta-feira, 10 de março de 2010

O sangue e a terra




O sangue e a terra

O barco no campo entre as vacas,
Os bezerros e os cavalos.
A luz era tanta
Que giravam os cavalos.

O barco flutuava,
O brilho da tarde degolava.
A mulher de pedra pairava
Na luz da terra vermelha.

A borboleta amarela
Media a distância infinita.
Pendiam de sede os caules da tarde.

Os marimbondos bailavam como loucos
Ou apaixonados.
Fiquei cego com tanta cor.

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6 comentários:

Adriana Godoy disse...

JC, isso é covardia. Tanta beleza e vida em seu poema que dói a alma. Bravo. Beijo

Anônimo disse...

Que lindo José Carlos... adorei!

Abraço

Karina

Luiza Maciel Nogueira disse...

A cor do mundo pra quem está com os olhos cheios de beleza é intensa! E o encontro com a natureza sempre nos faz mais ricos! São esses encontros que observo em cada poesia tua - quanta vida! Quanta natureza!

Beijos

vieira calado disse...

Sóbrio e bem escrito, este seu poema!

Um abraço

Marcelo Novaes disse...

Brandão,




A luz como etérea seiva.





Abração.

Fernando Campanella disse...

Na realidade, a cegueira é uma outra luz mais sutil que nos faz ver a harmonia das coisas. Belo poema, grande abraço, Brandão.