quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

As borboletas pousadas na máquina fotográfica

 



AS BORBOLETAS POUSADAS NA MÁQUINA FOTOGRÁFICA

 

 

Duas borboletas pousadas

na máquina fotográfica

do poeta distraído e atento

como trazidas pelo vento.

 

Ou pela brisa mais suave,

também uma forma de vento.

O poeta em êxtase captura

a sua paisagem mais pura.

 

Um pássaro canta? Ninguém

ouve no cair dessa tarde.

As duas borboletas pousadas,

mais do que pousadas, aladas

 

agora no êxtase do poeta

que as ilumina sem ser visto.

Não basta uma só borboleta

para a luz do êxtase do poeta. 

 

 

 

 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

A visita da borboleta


 

 

A VISITA DA BORBOLETA

 

A borboleta pousa todos os dias

no parapeito da minha janela.

É uma pequena borboleta amarela,

é como uma menina brincalhona.

 

Eu quase a ouço falar de amor,

quase posso ouvi-la cantar.

Quase posso ouvi-la beijar

a brisa leve que eu respiro.

 

A borboleta beija a minha face

com uma delicadeza feminina.

A borboleta é a minha menina

tão pequena, mas tão completa. 

 

 

sábado, 11 de janeiro de 2025

A estranha epidemia de dança

 


A ESTRANHA EPIDEMIA DE DANÇA

 

 

Em 1518, em Estraburgo, uma pequena vila francesa,

uma mulher chamada Fao Troffea,

sem motivo aparente,

começou a dançar sem parar em uma das ruas.

 

Após três dias dançando sem descanso,

outras pessoas começaram a dançar juntas.

Quatrocentas pessoas se juntaram aos dançantes

e dançavam sem interrupção.

 

Dançaram além da conta, dançaram tanto

que muitos chegaram a morrer de exaustão.

Médicos e padres foram chamados

mas a dança continuava dia e noite, noite e dia.

 

Chegavam a morrer quinze pessoas por dia

mas a dança continuava.

Só pararam de dançar quatro meses depois

quando muitos morreram e os outros não aguentaram mais.