O POEMA É
O poema é uma
coreografia da alma
(disse Maria
Cristina Ehmke)
é a palavra
como uma dançarina nua
é uma faísca
riscando a pele da noite
é um grito no
escuro um grito sem som
as ondas se
espiralando no ar
cada vez mais
angustiosas gelatinosas sempre
voláteis é um
nome dado às coisas
que se
transforma nas próprias coisas
é música antes
de todas as coisas como queria Verlaine
e é silêncio
é o que o mar
ensina
é o que a
morte ensina é o medo da morte é o medo do medo
o poema é o
poema em si o poema sem mais nada
o poema é uma
forma concentrada
o poema é uma
forma em êxtase
o poema é a
chave e a ausência da chave
o poema não é
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