segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

UMA FLOR DE PEDRA NO DESERTO





A eternidade na linha do horizonte

A eternidade é a linha

no horizonte

 

A tua face dividida

ao meio

no relógio

 

Saí à janela

saí de casa voltei

para esquecer

 

O homem é só

como uma flor de pedra

no deserto

 

Os mortos sempre

acenam em despedida

aos que ficam

 

O pássaro carrega

o verão nas asas

no canto

 

A palavra renasce

das próprias cinzas

 

Quem bebe da palavra

pensa no cântaro

inextinguível

 

 

 



 

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