sábado, 4 de abril de 2015

O GEBO E A SOMBRA (a Manoel de Oliveira)







O GEBO E A SOMBRA
         A Manoel de Oliveira


O Gebo disse que a miséria da vida não tem fim
Ele não pediu para nascer
Foi tirado à força do ventre da mãe

Disse e repete que não é senhor do seu destino
E que não existe maior desatino
Do que nascer para morrer.

Disse e repete que de nada valem as leis da tradição
Porque fala mais alto a voz do mal
No músculo duro do coração

Disse e repete que a pobreza dói
E o dinheiro é o único valor
O mundo é tão incompreensível que ele duvida de tudo






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