terça-feira, 29 de julho de 2014
segunda-feira, 28 de julho de 2014
domingo, 27 de julho de 2014
quinta-feira, 24 de julho de 2014
segunda-feira, 21 de julho de 2014
SONETO DA PRECISÃO
SONETO DA PRECISÃO
A pedra não precisa de palavras
A árvore não precisa de palavras
O pássaro não precisa de
palavras
A água não precisa de palavras
A terra não precisa de palavras
O peixe não precisa de palavras
A estrela não precisa de
palavras
O anzol não precisa de palavras
A lua não precisa de palavras
O boi não precisa de palavras
O dia não precisa de palavras
O olhar não precisa de palavras
O girassol não precisa de
palavras
O sol não precisa de palavras
O poema precisa de palavras
domingo, 20 de julho de 2014
sábado, 19 de julho de 2014
DE GUSTIBUS NON DISPUTANDUM
DE GUSTIBUS NON DISPUTANDUM
Eu gosto da
casa, mas prefiro os tijolos
Eu gosto da
água, mas prefiro os peixes
Eu gosto das
árvores, mas prefiro os pássaros
Eu gosto da
montanha, mas prefiro o mar
Eu gosto da
sombra, mas prefiro o sol
Eu gosto da
praia, mas prefiro o horizonte
Eu gosto do
sino, mas prefiro as nuvens
Eu gosto do
deserto, mas prefiro a caverna
Eu gosto da
cama, mas prefiro a mesa
Eu gosto da
palha, mas prefiro o milho
Eu gosto da
mulher, mas prefiro a terra
Eu gosto do homem,
mas prefiro as pedras
Eu gosto da
pintura, mas prefiro a parede
Eu gosto de
música, mas prefiro o silêncio
Eu gosto da
palavra, mas prefiro o olhar
Eu gosto de
poesia, mas prefiro as coisas
sexta-feira, 18 de julho de 2014
segunda-feira, 14 de julho de 2014
quinta-feira, 10 de julho de 2014
quarta-feira, 9 de julho de 2014
A POESIA NÃO TEM TEMPO PARA SALVAR O MUNDO
A POESIA NÃO TEM TEMPO PARA SALVAR O MUNDO
A poesia não tem tempo para
salvar o mundo.
O sol não se levanta para todos,
há muitas vítimas que nunca mais
verão a luz do sol.
Tudo acontece ao mesmo tempo:
quando vemos, já está na hora de
morrer.
As guerras apressam a morte que
tinha que vir,
as guerras ou a peste, tudo dá na
mesma.
Pisei numa pétala de rosa caída
no caminho,
se não pisasse ela morreria de
todo jeito.
A poesia não tem tempo para
salvar o mundo.
As crianças morrem, os velhos
morrem, os homens e as mulheres morrem.
O poder, os governos, os
políticos matam mais do que qualquer peste.
Eu quero ouvir o canto de um
pássaro, admirar a beleza das suas penas,
mas quando vejo, o pássaro com
seu canto e sua beleza estão mortos.
Eu vi uma cabeça de mulher
esmagada, a língua ainda dizendo o nome de Deus.
Eu vi uma criança agonizando com
uma boneca ensanguentada nas mãos.
Eu vi um jovem soldado com sangue
escorrendo da boca.
Eu vi um oficial ferido, sem
forças para falar, mas ainda dando ordens de morte.
A poesia não tem tempo para
salvar o mundo.
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