quinta-feira, 20 de outubro de 2011

UM LENÇO DE ADEUS


                                    


 
                                   UM LENÇO DE ADEUS

As coisas da terra não têm nenhuma finalidade
por mais que o poeta
as cante
e decante.

Os dinossauros foram extintos há milhões de anos
e ainda se vê seu rastro
sob a terra
mas só isso.

Das coisas da terra, de nós, que as cultivamos
talvez fique um
rastro
ou nem isso.

Cultivemos as pétalas da manhã, enquanto houver rosas
cultivemos as pétalas e as palavras
nos dias claros
nas noites de insônia.

Depois conjuguemos o futuro do pretérito, imperfeito
como tudo
e de luto
emudeçamos.



2 comentários:

Bípede Falante disse...

Das coisas da terra surgem as dos homens e suas palavras feitas para nos "descoisificar".
Bonito poema :)
beijo.
BF

Unknown disse...

PERFEITO E BELO!

Beijos, poeta!

Mirze