segunda-feira, 22 de março de 2010

Claridade




Claridade

O hibisco vermelho apaixona-se pelo sol,
Abre-se mais, explode, parte-se.
As folhas verdes guardam a luz e a sombra.
A borboleta aprisiona a cor nas asas abertas.

A libélula equilibra-se no caniço.
O limo recobre a pedra por onde a água escorre,
A água cristalizada ao cair das pedras da cascata.
A garça caminha com leveza no capinzal.

O pica-pau martela o tronco do pinheiro.
O beija-flor carrega a luz nas asas em delírio.
A coruja vigia a sua toca com os olhos acesos.

As palmeiras espelham–se nas águas do rio.
O monjolo sobe e desce, a roda d’água cantarola.
O melro canta à beira d’água a claridade do verão.

__________

8 comentários:

Marcelo Novaes disse...

Brandão,



O canto do melro sintetizou toda a natural engrenagem.





Abração.

Anônimo disse...

Só os olhos de um poeta para transformar tanta beleza em versos.
Bjs.

Regina Coeli Carvalho disse...

...E formou-se uma orquestra para saudar a claridade do verão.
Abraços.

Anônimo disse...

... e tudo isso em perfeita e belíssima harmonia!

Bravo José carlos!!

Abraço

J.F. de Souza disse...

Da mesma família do poema que você colocou anteriormente, "O córrego", vem me trazer a visão do paraíso novamente. :)

um
breve
momento
no
paraíso

é tudo o que eu
preciso


1[]!

dade amorim disse...

O paraíso, com certeza, mora aqui e você o divide em lotes.

Abraço!

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu amigo
lindo poema...um hino à poesia.

Beijinhos
Sonhadora

Fernando Campanella disse...

Bendita claridade que nos traz a leveza, o êxtase, a alma em sintonia com os sons, as cores, os movimentos de um estado natural. Teu poema é uma celebração desse estado almejado.
Grande abraço.