domingo, 28 de fevereiro de 2010

O pomar do dia




O pomar do dia

As maritacas trincam o céu das frutas maduras,
O ouro escorre da árvore.
Olhar uma árvore é multiplicar o olhar,
O prisma das folhas me entrega o universo.

Os gerânios vermelhos entre o musgo verde,
Os cravos rosados na água brilhante do jarro.
Na forja da tarde, o martelo da araponga.
As pitangas são gotas de sangue.

A romã explode, as sementes são diamantes.
Uma cigarra quebra as vidraças da tarde.
Um melro voa de um galho de cedro.

Cálices de flores gritam no alto dos ipês,
Pássaros pingam mel.
A vida é perfeita no pomar do dia.

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10 comentários:

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Bucólico, belo e suave... ;)

BAR DO BARDO disse...

De se lambuzar...

Marcelo Novaes disse...

Brandão,




Sob este prisma, todas as cores se enfeixam.





Abração.

Victor Gil disse...

Amigo J.C.
Um comentário tem 4 palavras, outro 3 e o último só uma. Portanto eu já escrevi mais que eles todos juntos, mais aqueles que hão-de vir rsrsrsrs. Por isso e para terminar, apenas direi: excelente.
Um abraço
Victor Gil

Victor Gil disse...

Amigo J. C.
Afinal enganei-me o último tinha 10 palavras. Só li a primeira rsrsrsrs.
Um abraço
Victor Gil

chica disse...

Muito lindo!bom Março pra ti, cheio de coisas boas!abração,chica

Sonia Schmorantz disse...

Estão a adivinhar uma nova estação!
Um abraço, ótima semana para ti

Luiza Maciel Nogueira disse...

Em conexão profunda com a natureza :), muito bonito!

Beijos

Adriana Godoy disse...

A natureza é tão forte em seus poemas e tão bem descrita e sentida que a gente se vê lá. É de lambuzar, como diz o bardo. Beijo.

Fernando Campanella disse...

Ali, 'onde a vida é perfeita no pomar do dia', é também aqui, dentro de nós, na nostalgia do paraíso perdido, no poema configurado.
Belo poema, a descrição, o achado , grande achado, final.
Grande abraço, Brandão.