quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sem palavras

Foto: JCMBrandão

Caímos no exílio
sem palavras
nem outra paisagem.


PREGOS

Eu pregava pregos
como se não fosse
o meu caixão.


EMBRULHO

Adivinhou a cor do embrulho
e caiu em silêncio profundo.


A MORTA NA CAMA

A morta na cama
com lírios brancos nas mãos
e o eterno nos lábios.


A ETERNIDADE NAS UNHAS

Tinha a eternidade nas unhas
limpas do sangue
derramado.

4 comentários:

FaBiaNa GuaRaNHo disse...

Lindas palavras.
PrÊmios merecidos.
Parabéns

Em-conexão disse...

Puxa muito legal. Gosto muito de ver coisas escritas sobre o sangue. O sangue é uma das coisas mais cheias de sentido que conheço.
Nessa semana, fiz uma comparação entre a vida humana e a natureza no meu blog. Citei o bambuzal, como símbolo de resistência, inclusive. Dê uma olhada.

Visite minha Casa, quando puder.

O endereço é:

(http://casadojulianosanches.blogspot.com/).

Um grande abraço.

Paula Raposo disse...

É tão evidente...mas o difícil é escrevê-lo...milhões de beijos.

Beatriz disse...

Se as palavras criam as coisas aqui vejo unhas, exílio, sangue e mais desencanto, surpresa, afeto.
Coisas da sua poesia, enfim