sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Conhecimento da noite














Vou conhecendo a noite aos poucos.

Quando a pisar com os meus pés,


Quando não precisar dos dedos

Para tatear os móveis no escuro,


Quando as palavras se quebrarem

Porque não há mais nada a dizer


E a beleza perdeu a forma,

Quando ouvir o cavalo do mistério


E medir a paisagem do eterno

Com o pássaro de Deus no espelho


E a rosa exata nos lábios,

Como temer a pedra do sono


E o abismo das estrelas?

A música ainda soa no silêncio.

Um comentário:

Daniel Souza Luz disse...

Oi José Carlos, tudo bem?
Acabei de ler o poema. Creio que sei do que se trata. Parece-me muito sereno e legal.
Espero que esteja tudo bem por aí. Foi boa aquela conversa sobre o Hemingway que tivemos quando estive aí, agora encaro melhor a transcriação literária que ele fazia.
Um grande abraço.