quarta-feira, 18 de junho de 2008

O filho pródigo


O meu grito para a árvore da infância:

“Sou o filho pródigo que volta do exílio,


Fustigado pelos temporais e secas do deserto.

Senhor, o esquecimento pesa sobre os meus ombros,


Não me reconheço na cozinha ou na varanda

Da minha casa. Sou outro. Sou ninguém.


A solidão foi o meu alimento de todo dia,

O meu prato sempre cheio até a borda.


A cisterna amarga foi testemunha

Da minha angústia, do meu silêncio.”


Somente a árvore da infância continuava ali,

Compassiva, chorando folhas amarelas,


Os braços abertos ao longínquo horizonte,

Esperando, materna, por minha volta impossível.


Nenhum comentário: